Fundação Mariana Moreira Alves e sua História
Damísio Mangueira, ex-prefeito de Triunfo e Diretor da Fundação Mariana Moreira Alves, entidade mantenedora Mariana FM, emissora de rádio local, em uma solenidade para entrega de kits de saúde bucal para crianças de todo o município, fez um histórico das atividades da entidade desde a sua fundação em12 de abril de 1998, com trabalhos assistenciais realizado através de serviços doações a pessoas carentes por meio de doações e serviços voluntários, até os dias atuais com as atividades da rádio.
Em sua fala o ex-gestor trouxe a público a história de vida da mulher que dá nome à fundação e emocionou a todos presentes com a trajetória de uma triunfense, de família tradicional do nosso município, mas que na década de 1970 teve que mudar-se para Cajazeiras e passa a ser uma referencia para a família e conterrâneos.
Transcrevemos, aqui, na íntegra, o discurso do Diretor da Fundação Mariana Moreira Alves:
“Nesse instante da minha fala eu me volto a nossa patronesse. Para que todos conheçam um pouco também da história de vida dessa mulher simples, mas que veio ao mundo para deixar a sua marca de grandes valores cristãos e humanitários.
A denominação da fundação Mariana Moreira Alves homenageia a triunfense nascida no sítio cantinho no dia 17 de fevereiro de 1930.
Era a quinta filha do casal Joaquim Moreira e Silva e Maria Cecília de Andrade. Esta, filha de João Gualberto de Andrade, importante comerciante da região, agropecuarista e industrial, no início do século XX era o único proprietário de uma beneficiadora de algodão da região.
Seu pai, Joaquim Moreira e Silva, era um agropecuarista bem situado e foi também um líder político e articulador em torno do qual se criou um grupo de pessoas que levariam a cabo o projeto de emancipação política de Triunfo que se deu em 22 de dezembro de 1961.
Foi também um dos idealizadores da construção da atual torre da nossa igreja da nossa igreja matriz, se dedicando pessoalmente na campanha para arrecadar fundos para essa finalidade.
Mariana contraiu o matrimônio com Dorgival Alves da Fonseca, de família do sítio olho d’Água, deste município, em 28 de novembro de 1950. Dorgival, exerceu o mandato de vereador se elegendo nas eleições de 69 e 72, no entanto decidido a ir tentar a vida em São Paulo, renunciou ao segundo mandato.
Lembrando aqui que naquela época em plena ditadura militar, Vereador não tinha função remunerada. Nesse período de grande de grandes dificuldades, Mariana Moreira com a determinação que lhe era peculiar, contra a opinião de todos e fortes críticas, resolveu levar os filhos para morar em Cajazeiras, onde pudessem realizar seus estudos e terem melhores oportunidades de trabalho.
Foram tempos difíceis, os mais velhos arrumaram trabalhos como comerciários e os mais novos vendiam “dindin” – feitos por eles mesmos – para ajudar nas despesas da casa.
Sua nova residência passou a ser referência para todos os triunfenses que precisassem de um apoio em Cajazeiras, frisando-se de antemão, aos mais novos, é claro, que uma viagem a Cajazeiras naquela época não tinha as mesmas facilidades de hoje.
Alguns amigos e familiares também encontraram na casa de Mariana ou tia Nana como era carinhosamente chamada pelos sobrinhos, o apoio e o aconchego para estudarem, na terra que ensinou a Paraíba ler.
A todos ela recebia, acolhia, com o enorme carinho de mãezona que sempre lhe foi peculiar. Sempre com sorriso no rosto e uma palavra amiga e afável.
Naquela época Cajazeiras também era a única opção de atendimento médico mais especializado e Dona Mariana também acolhia a quem buscava a sua casa como apoio e uma ajuda e um apoio nesse sentido.
Em inúmeras ocasiões se registrou o desprendimento e espírito altruísta da nossa homenageada. Em Cajazeiras Mariana Moreira Alves participou ainda de movimentos religiosos, como o grupo folcolares e integrando o círculo operário.
Faleceu de forma súbita, em 08 de novembro de 1986, no hospital regional de Cajazeiras com 56 anos de idade, mas deixa o seu exemplo de vida, como um legado que jamais será esquecido.”