A tese dos “Inempregáveis”: Uma reflexão sobre o futuro do mercado de trabalho
A acelerada transformação digital e as mudanças nas dinâmicas econômicas globais, fizeram surgir o neologismo “inempregáveis”, indivíduos que, por diversos fatores, enfrentarão grandes barreiras para conseguir ou manter um emprego no mercado de trabalho formal.
Em um mundo cada vez mais tecnológico, habilidades digitais e conhecimentos específicos serão itens largamente demandados e, aquelas pessoas que não conseguirem se adaptar ou adquirir essas novas competências, tendem a ser excluídas do mercado de trabalho.
A inteligência artificial já é uma realidade perceptível – e tem, a cada dia, substituído tarefas rotineiras e repetitivas. Funções que antes eram executadas por pessoas estão sendo extintas ou drasticamente reduzidas, especialmente em setores de serviços e burocracia administrativa.
Estudos recentes apontam que, em breve, setores inteiros poderão ser dominados por máquinas, eliminando milhões de empregos. Apesar disso, as habilidades exigidas para as novas formas de trabalho muitas vezes estão fora do alcance de grande parte da força de trabalho atual, que não possui formação ou treinamento necessários.
A requalificação profissional, dessa forma, apresenta-se como uma solução para tentar dirimir os problemas da nova empregabilidade. Todavia, ela pode se mostrar insuficiente, frente à rapidez das mudanças tecnológicas e à falta de infraestrutura educacional adequada no Brasil.
Questionado se os robôs poderão ser um problema para o emprego, o bilionário Elon Musk, que está prestes a lançar no mercado uma linha de máquinas autônomas, afirmou que uma renda básica universal será uma possível solução para lidar com o aumento dos futuros desempregados.
Em uma abordagem recente, aqui nesse espaço, falamos da importância do empreendedorismo como forma de “liberdade financeira” e, evidentemente, alternativa ao emprego tradicional.
Por isso, fomentar o empreendedorismo digital, o trabalho remoto e a economia criativa nunca fez tanto sentido, quanto agora. Esses modelos podem, sem dúvida, absorver parte da força de trabalho que, de outra forma, ficará fora do mercado de trabalho.
O desafio é imenso e o debate sobre o futuro do trabalho se faz necessário, bem como, os novos modelos de inclusão. Transformar o mercado de trabalho para acolher todos, independentemente de suas habilidades ou condições, será essencial para garantir uma sociedade mais justa e sustentável no futuro.
Antônio Filho Oliveira
O autor é graduado em Ciências Contábeis, Pós-graduado em jornalismo e coordenador de comunicação em Clipping Assessoria.